A diabetes gestacional é caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue durante a gestação em mulheres que, antes de engravidar, não tinham diabetes. O problema pode surgir, em geral, a partir do 3º semestre de gravidez e normalmente desaparece após o parto, causando sintomas como muita sede e visão turva.
A placenta produz vários hormônios que bloqueiam relativamente a ação da insulina, o hormônio que transporta o açúcar presente no sangue para o interior das células. Na maior parte das mulheres, o pâncreas pode reagir a essa situação e liberar mais insulina para superar a resistência. No entanto, para quem tem diabetes gestacional, a produção da insulina é insuficiente.
Neste post, vamos esclarecer 6 dúvidas sobre diabetes gestacional. Confira!
1. Quais são os sintomas da diabetes gestacional?
Ao contrário dos outros tipos de diabetes que provocam sintomas específicos, os da diabetes gestacional não são muito bem percebidos, pois muitos são confundidos com as alterações comuns da gestação, como:
- infecção urinária ou candidíase frequente;
- visão turva;
- inchaço nos pés e pernas;
- cansaço excessivo;
- aumento da vontade de urinar;
- ganho de peso exagerado no bebê ou na mulher;
- bastante sede;
- fome em excesso.
Assim, sem a realização de exames laboratoriais não é possível identificar se a grávida apresenta a doença. Como esses sintomas são muito comuns durante a gestação, o médico precisa solicitar um exame de glicose no mínimo 3 vezes durante a gravidez.
2. Como é feito o diagnóstico?
O acompanhamento pré-natal é muito importante para o diagnóstico da doença. Em torno da 24ª semana de gestação, é comum que sejam solicitados exames para averiguar a glicemia, mesmo que não existam fatores de risco evidentes para o problema.
Confira, a seguir, os exames que podem ajudar a identificar a diabetes gestacional.
Ultrassom
Embora o ultrassom não meça a quantidade de açúcar no sangue da mãe, ele é feito na consulta pré-natal e é fundamental para detectar alguma alteração na gravidez que pode causar diabetes gestacional.
Quando o exame detecta um crescimento rápido do bebê e um aumento do líquido amniótico, pode ser um alerta de que o corpo da mulher está com dificuldade para controlar a glicose. O especialista precisa solicitar algum exame complementar para o diagnóstico correto.
Glicemia em jejum
A glicemia em jejum é um exame que tem por objetivo medir a quantidade de glicose no sangue após a pessoa ficar cerca de 8 horas em jejum. É feito como um exame de sangue comum, em que o material é coletado por meio de uma punção no braço.
Se o nível de açúcar estiver bastante elevado, pode significar que a insulina não está funcionando de maneira correta.
Curva glicêmica
Quando a glicemia em jejum apresenta um resultado alterado, o especialista solicita um exame de curva glicêmica. Ele mede o quanto de glicose ainda existe no sangue em um determinado período após o consumo de alimentos com açúcar.
Para fazer o exame, a mulher precisa ingerir um líquido doce e, 1 hora depois, uma amostra de sangue é recolhida. Depois de 2 horas, outra amostra e, na terceira hora, mais uma amostra. Dessa maneira, é possível verificar o quanto a glicemia baixou ao longo do tempo, o que gera um gráfico em curva descendente.
Os valores de referência são:
- depois de 1 hora: menor que 180mg/dL;
- depois de 2 horas: menor que 155 mg/dL;
- depois de 3 horas: menor que 140 mg/dL.
3. Quais são os principais riscos?
A diabetes gestacional pode trazer riscos ao bebê e à mãe. O excesso de glicose que circula no sangue da mãe pode atravessar a placenta e chegar ao feto. Com isso, o pâncreas da criança começa a produzir uma quantidade grande de insulina, na tentativa de controlar a hiperglicemia fetal.
A insulina é um hormônio que pode estimular o ganho de peso e o crescimento, o que faz com que o feto cresça excessivamente. Assim, bebês de mães com diabetes gestacional podem nascer com mais de 4 kg e devem ser submetidos ao parto cesário.
Além disso, os bebês com a doença não tratada apresentam um risco maior de morte intrauterina e de ter problemas respiratórios e cardíacos. Quando adultos, o risco de diabetes tipo 2 e obesidade também é maior do que no resto da população.
Em relação à mãe, a diabetes gestacional pode aumentar o risco de pré-eclâmpsia, parto prematuro e aborto.
4. Como deve ser a alimentação?
A alimentação da mãe que apresenta a doença é baseada em alimentos de baixo índice glicêmico, ou seja, existe uma diminuição do açúcar, mas não um corte total. Além disso, é importante aliar as atividades físicas com uma alimentação saudável, conforme a orientação do médico. Os alimentos que podem ser consumidos incluem:
- queijo branco;
- cereais com fibras, sem açúcar;
- verduras e legumes como chuchu, cenoura, brócolis, tomate, espinafre, couve-flor, berinjela e acelga;
- vegetais crus como saladas, já que podem diminuir a saída e entrada do açúcar no sangue, o que ajuda a manter o nível glicêmico estável;
- frutas com bagaço e casca, além de serem pouco doces.
5. Como é realizado o tratamento?
A maior parte das mães que apresentam diabetes gestacional consegue controlar a taxa de açúcar no sangue somente por meio da dieta e, caso não haja alguma contraindicação, com a prática de um exercício físico. Apenas uma parcela das mulheres precisa fazer o uso de insulina, que é um tratamento seguro e que não afeta nem o bebê nem a mãe.
Caso a paciente já apresente a doença antes de engravidar, é essencial que ela planeje a gravidez, já que a maioria dos remédios usados para controlar o hormônio são contraindicados durante a gestação.
6. O que deve ser feito no momento do parto?
A diabetes gestacional não interfere na escolha entre parto normal ou cesariana. No entanto, é importante lembrar que o tamanho do bebê pode influenciar nesse momento, pois se ele for muito grande será difícil o nascimento por meio do parto natural.
Assim, os médicos precisam ser avisados sobre o problema da mãe e a glicemia deve ser avaliada. Os procedimentos no momento do parto são parecidos com os adotados em situações normais.
Como vimos, a diabetes gestacional é um problema que pode afetar muitas grávidas. Por isso, a prevenção é a melhor alternativa e a mulher deve manter uma alimentação saudável, praticar atividade física indicada pelo médico e realizar o pré-natal.
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