Doença que atinge mais de 13 milhões de brasileiros, a Diabetes Mellitus tem origem metabólica que surge quando o organismo se torna incapaz de produzir naturalmente a quantidade necessária de insulina. Sem tratamento adequado, surgem diversas complicações graves, dentre elas destaca-se a nefropatia diabética.
Há diferentes tipos de diabetes, como pré-diabetes, gestacional, tipo 1 e tipo 2. Essa última é a mais comum, acometendo cerca de 90% de todos os portadores da doença.
Ela é, também, relacionada diretamente a hábitos nocivos de saúde, como alimentação desregrada e sedentarismo, reforçando a importância e a possibilidade de prevenção da enfermidade.
A diabetes é conhecida por ser uma doença “silenciosa”, pois muitas pessoas podem levar anos sem apresentar sintomas e, por isso, sem saber serem portadoras do problema. Isso acaba dificultando o diagnóstico e tratamento, e produz danos, algumas vezes, irreversíveis à saúde.
Como a nefropatia para o diabético pode ser fatal, ao menor sinal ou sintoma da doença, é fundamental que se procure ajuda médica. Continue a leitura e entenda as causas, como diagnosticar e o tratamento adequado para o problema!
O que é Nefropatia Diabética?
Nefropatia é um termo para designar toda disfunção renal. Como os rins são órgãos fundamentais, porque atuam como um dos principais sistemas de filtragem do sangue, se houver danos nesses órgãos, a condição pode levar à morte.
Os rins atuam eliminando substâncias tóxicas ao organismo – por meio da urina – e retendo tudo o que é útil, proveniente dos alimentos. Essa função de regulagem também é responsável pela manutenção dos níveis normais de pressão arterial.
Quando os rins chegam a um comprometimento irreversível, em que não conseguem mais desempenhar a função adequada, torna-se necessária a realização de hemodiálise (uma máquina faz o trabalho de filtrar o sangue) ou, até mesmo, transplante renal.
A nefropatia diabética (ND) é a designação de uma das complicações mais sérias da Diabetes Mellitus. A doença atua de forma semelhante na diabetes dos tipos 1 e 2, do ponto de vista fisiopatológico, e no que concerne à evolução do quadro e tratamento adequado.
Contudo, estudos indicam que no tipo 1, cerca de 50% dos portadores tendem a desenvolver esse tipo de insuficiência renal, se não houver um controle rígido da glicemia. Por isso, deve-se realizar exames frequentes de urina, a fim de detectar precocemente a perda de proteínas na urina, que é o primeiro indicativo de nefropatia diabética.
Depois de instalada, a ND costuma evoluir em três fases: na primeira, ainda reversível com controle da glicose e da pressão arterial, exames clínicos demostram elevação do ritmo de filtração glomerular (clearance da creatinina) e também aumento do tamanho dos rins.
Já na segunda fase, o paciente apresenta microalbuminúria, que se caracteriza pela eliminação de proteínas na urina com valores entre 30 e 300 mg, no prazo de 24h. Esse fator já indica que há lesão renal e, quanto maior a quantidade de proteína eliminada, maior será a indicação da lesão.
Dessa forma, na fase mais grave – chamada proteinúria clínica ou macroalbuminúrica – a presença de proteína é superior a 300 mg. Infelizmente, nesse estágio, as lesões costumam ser irreversíveis e todos os métodos de tratamento visam, apenas, evitar a aceleração da insuficiência renal.
Quais os principais sintomas da Nefropatia Diabética?
A progressão da Nefropatia Diabética costuma ser lenta – e, muitas vezes, silenciosa – surgindo cerca de 10 a 15 anos depois de a diabetes aparecer.
Por isso a necessidade de o portador estar sempre controlando as taxas de glicemia, triglicerídeos e colesterol, mantendo a pressão arterial baixa e realizando exames de urinas frequentes para verificar possível presença de proteína.
No estágio inicial, a ND costuma ser assintomática. Depois, em estágios mais avançados, além da microalbuminúria constante, pode aparecer retenção de líquido e hipertensão arterial.
Outro fato importante é que, na maioria das vezes, a ND segue acompanhada por outra complicação grave da diabetes, que é a retinopatia diabética. Por isso, se a pessoas detectar qualquer alteração visual, deve buscar ajuda médica imediatamente a fim de realizar uma avaliação mais precisa do caso.
Outros sintomas que devem ligar o sinal de alerta sobre a nefropatia diabética são:
· náuseas;
· vômitos;
· perda de apetite;
· inchaço dos pés;
· inchaço das pálpebras (ao acordar) e das pernas (fim do dia);
· fraqueza;
· palidez;
· alterações na libido;
· urina espumosa (pelo excesso de proteína);
· dores de cabeça frequentes.
Quais as principais causas?
De modo geral, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), as chances de um diabético desenvolver a nefropatia são em torno de 30%. Contudo, há fatores – alguns preventivos – que podem contribuir ou não para o desenvolvimento da doença.
Entre as principais causas do distúrbio estão a hipertensão e o descontrole do nível glicêmico. Então, conheça outros fatores de risco para a instalação da nefropatia no diabético.
· Obesidade;
· histórico familiar de doenças renais;
· gênero: homens são mais suscetíveis;
· etnia: maior prevalência em asiáticos e afrodescendentes;
· tabagismo;
· dislipidemia: nível elevado de lipídios no sangue.
A idade também é uma condição que deve servir como fator de atenção. Quanto mais cedo o portador for acometido, dependendo do tipo da diabetes, mais grave pode se tornar. Em diabetes tipo 1, as complicações podem surgir em portadores entre 11 e 20 anos de idade, e no tipo 2, em portadores com 50 anos de idade.
Como é feito o diagnóstico da doença?
O diagnóstico da ND é feito a partir da identificação de possíveis sintomas da doença e por meio de exames para verificação de albumina/creatinina na urina e outras alterações renais.
Costuma-se pesquisar as seguintes disfunções renais: proteinúria (eliminação excessiva de proteína na urina); hematúria macroscópica; cilindros hemáticos e alterações no tamanho dos rins, dentre outras.
Recomenda-se que pacientes com diabetes tipo 1, mesmo sem sintomas, realizem prevenção com exames para indicar tanto proteinúria quanto microalbuminúria, anualmente.
Já pacientes com tipo 2, cuja porcentagem de complicações é um pouco menor, devem realizar exames periódicos também, a partir do momento em que houver o diagnóstico.
O prognóstico costuma ser positivo quando os diabéticos são monitorados continuamente. Junto a isso, é fundamental controlar a pressão arterial, pois tanto uma pré-hipertensão (120 a 139/80 a 89 mmHg) quanto a hipertensão mais leve (140 a 159/90 a 99 mmHg) aumentam risco de lesão renal.
Como evitar a doença?
Como já vimos, há muitos fatores que aumentam as chances do desenvolvimento da nefropatia diabética.
Muitos deles estão ligados a hábitos nocivos de saúde e podem ser revertidos com uma rotina mais equilibrada, incluindo a prática de atividades físicas, alimentação regrada e um estilo de vida menos estressante.
Dessa forma, dicas simples incorporadas ao dia a dia ajudam a evitar o problema, aliadas ao acompanhamento médico regular.
· Mantenha uma dieta saudável, rica em alimentos integrais e frescos como frutas, verduras, legumes, e pobre em açúcares e gorduras;
· escolha atividades físicas que lhe proporcionem prazer (para manter a regularidade) e movimente-se, pelo menos, 30 minutos por dia;
· visite seu médico regularmente, para avaliação e exames de sangue e urina de rotina;
· evite a automedicação, seguindo orientações médicas;
· controle o peso e sentimentos de ansiedade e estresse, evitando problemas como obesidade e hipertensão, fatores de alto risco para nefropatia diabética.
Existe tratamento para a Nefropatia Diabética?
A melhor maneira de tratar a nefropatia diabética fundamenta-se em três pilares principais, sendo que os dois primeiros já devem acontecer na vida do diabético, mesmo sem haver ocorrência ND: monitoramento da pressão e do nível glicêmico, além de medicação para bloquear o sistema renina angiotensina (diretamente relacionado à hipertensão).
Dessa forma, o tratamento passa, principalmente, pelos procedimentos, abaixo.
Controle da glicemia
Como vimos, para o diabético, o controle da glicose é uma tarefa constante para evitar uma série de complicações decorrentes da doença. No caso de portadores de ND, a diminuição glicêmica é fundamental, principalmente em estágios iniciais, já que a alta da glicose danificará, progressivamente, os vasos sanguíneos dos rins.
Manutenção da pressão arterial
Além de ser um fator de risco para inúmeras doenças cardiovasculares, a hipertensão arterial também é um dos principais agravantes para a nefropatia diabética. Havendo o controle da pressão, reduz-se a albumina presente na urina e, por consequência, a deterioração renal.
Essa mudança está diretamente ligada ao chamado sistema renina angiotensina (SRA), cuja função principal é a homeostase do sistema cardiovascular. Quando há um desequilíbrio nesse sistema, ocorre a formação de angiotensina II, que leva ao aumento da pressão arterial.
Por isso, ao ser constatado o menor sinal de nefropatia diabética, deve-se procurar auxílio médico para iniciar o tratamento adequado e evitar fases mais avançadas da doença. Junto a isso, é fundamental manter um estilo de vida saudável, que garantirá mais qualidade de vida ao paciente, evitando, também, mais complicações diabéticas no futuro.
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