Considerando o alto índice de vítimas de diabetes no Brasil e no mundo, contar com exames laboratoriais eficazes para fazer o diagnóstico da doença, especialmente quando ela não consegue ser detectada por meio de exames físicos e dados da história clínica do paciente é muito importante.
Um dos exames que se destacam quando o assunto é o diagnóstico de diabetes é a hemoglobina glicada ou glicohemoglobina. Um teste de rastreamento que, ao analisar o nível de hemoglobinas que passaram por glicação no sangue, ajuda a detectar a doença. O exame é realizado de forma simples e não há restrição de idade, além de garantir resultados precisos e raros.
Ou seja, como a elevação da hemoglobina glicada está diretamente associada ao aumento de glicose na corrente sanguínea – já que a glicação ocorre com mais frequência nos casos em que há uma maior concentração de açúcar no sangue – quaisquer alterações nos níveis glicêmicos são refletidas no exame de hemoglobina.
Se você considerar também que a diabetes causa a morte, além de inúmeras complicações na saúde, vai perceber o quanto é importante diagnosticar essa grave e silenciosa enfermidade por meio da hemoglobina glicada. Quer saber mais sobre ela? Continue a leitura!
O que é a hemoglobina glicada?
Como você deve saber, hemoglobina é uma proteína presente no interior dos glóbulos vermelhos do sangue que tem a função de transportar o oxigênio dos pulmões para as células do corpo. Na corrente sanguínea, o açúcar — que é a glicose, vai se ligar a ela, formando a hemoglobina glicada.
Então, quanto maior for o nível de glicose no sangue, maior será a ligação do açúcar com a hemoglobina e consequentemente, maior o nível de hemoglobina glicada.
Entretanto, esse excesso de açúcar na corrente sanguínea geralmente indica a presença da diabetes sendo, portanto, essencial a realização de testes para diagnosticar e controlar a doença antes que ela deteriore a qualidade de vida do portador.
Para que serve o exame de hemoglobina glicada?
Também conhecido como teste de HbA1C ou A1C, o exame de hemoglobina glicada facilita o diagnóstico de diabetes do tipo 1 e do tipo 2 e da pré-diabetes, pois ele aumenta as chances de identificação em pacientes que ainda não conseguiram descobrir que portam a doença.
Por conseguinte, é um tipo de exame muito útil para auxiliar o médico na fase do diagnóstico além de contribuir na avaliação do controle glicêmico de pessoas já diagnosticadas como diabéticos.
Diferença entre o teste de hemoglobina glicada e o de glicose
O teste da hemoglobina glicada avalia os níveis glicêmicos dos últimos 3 a 4 meses enquanto o teste de glicose indica apenas os níveis de açúcar no momento da verificação. Além do mais, diferentemente do outro exame, o de glicose exige um jejum entre 8 e 12 horas, dependendo do que quadro de saúde.
Para detectar a diabetes, ambos são exames muito recomendados pelos médicos pois é ideal que haja uma combinação entre ambos. Mas, vale ressaltar que, após a realização dos testes, será imprescindível passar por uma consulta médica para definir o diagnóstico e o melhor tratamento.
Como esse exame é realizado?
O exame de hemoglobina glicada é realizado de modo muito simples e indolor. Se ele for o único necessário para o paciente naquele dia, basta coletar o sangue por meio de uma simples perfuração no dedo com o auxílio de uma lanceta. Esse método é chamado de glicemia capilar.
Mas, caso o paciente precise realizar outros tipos de exames ao longo do mesmo dia por meio de punção, parte da amostra colhida serve também para realizar os testes de hemoglobina glicada, o que dispensa várias perfurações.
Valores de referência para diagnóstico da diabete
Ao final do teste, o resultado do exame deve seguir os seguintes padrões:
- Entre 4,5% e 5,6% a hemoglobina é considerada normal e sem sinais da doença;
- Entre 5,7% e 6,4% o valor aponta para um quadro de pré-diabetes e que pode evoluir para a diabete propriamente dita;
- Igual ou acima de 6,5% indica a possível presença da doença, nesse caos, recomenda-se a repetição do exame para confirmar o diagnóstico.
Quando esse tipo de exame deve ser feito?
De acordo com as orientações da Sociedade Brasileira de Diabetes, é recomendado que pacientes diagnosticados com diabetes mellitus realizem o teste de hemoglobina glicada a cada seis meses.
Caso os níveis glicêmicos estejam sob controle, é necessário que a mesma avaliação se repita a cada seis meses. No entanto, se os resultados não forem satisfatórios e os níveis de glicose estiverem descontrolados, é preciso repetir o procedimento de três em três meses.
Outros sintomas também podem indicar a necessidade desse tipo de exame, como:
- Fadiga;
- Tonturas;
- Náuseas;
- Infecções;
- Histórico familiar de diabetes;
- Vontade de urinar constante;
- Visão turva;
- Cicatrização lenta;
- Glicemia após desjejum acima de 200 mg\Dl;
- Perda de peso mesmo com alimentação normal;
- Ocorrência de desmaio ou coma;
- Desidratação;
- Mal-estar;
- Alteração na dosagem do medicamento para diabetes.
Se os níveis estiverem altos, como baixá-los?
Quando os níveis de hemoglobina glicada estiverem em níveis elevados existem algumas medidas importantes a serem tomadas para evitar problemas futuros. Por exemplo:
- Ter uma boa adesão ao tratamento medicamentoso;
- Adotar uma dieta com baixo consumo de carboidratos;
- Praticar exercícios físicos com regularidade;
- Consumir com bastante frequência vegetais verdes, como couve-flor, brócolis e rúcula.
O que pode interferir nos resultados?
Se o médico solicitar esse tipo de exame é importante ficar de olho em alguns pontos para que isso não interfira na qualidade do resultado final. Assim, sempre informe a ocorrência de condições como:
- Transfusão de sangue;
- Hemorragia;
- Anemia hemolítica por falta de vitamina B12 ou ácido fólico;
- Anemia em decorrência da deficiência de ferro;
- Insuficiência renal.
Compreendeu a relevância do teste de hemoglobina glicada para o diagnóstico de diabetes? Como foi dito, é fundamental que ele seja realizado acompanhado de outros exames para possibilitar maior exatidão ao resultado, já que se trata de uma doença agressiva e que atinge milhões de pessoas no mundo. Assim, não deixe de garantir o seu checkup médico para realizar um diagnóstico eficiente e responsável.
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