A diabetes tipo 2 exige muita atenção, uma vez que é uma doença crônica e que envolve outros riscos para os pacientes. Quando não há tratamento e cuidados adequados, doenças secundárias podem surgir e agravar o quadro. O controle glicêmico é um dos principais objetivos dos diabéticos, já que existem muitos agravantes que aumentam a probabilidade de desenvolver comorbidades.
Classificada em 4 modalidades, a diabetes tipo 2 está principalmente associada à hipertensão. Entretanto, já se sabe que essa não é a única doença que pode ser desenvolvida. Dessa forma, os pacientes têm mais chances de apresentar outras comorbidades ecomplicações. Se afastar dosfatores de risco e tomar os devidos cuidados ajudará a evitar o agravamento da doença.
Portanto, veja algumas comorbidades causadas pela diabetes tipo 2 e entenda quais cuidados você deve ter para se prevenir.
Dificuldade de cicatrização
Essa é uma das principais complicações que estão ligadas à diabetes tipo 2. Por ter ligação com a diminuição ou bloqueio da circulação sanguínea no organismo devido a grande quantidade de glicose (açúcar) no sangue, os pacientes têm o sistema imunológico prejudicado.
Nesse sentido, o alto nível glicêmico pode deixar os vasos doentes, o que impede a circulação do sangue adequada, sobretudo nas zonas periféricas do corpo (como mãos, pés e pernas). Portanto, as células de defesa (glóbulos brancos) ficam incapacitadas e há uma dificuldade no processo decicatrização.
Além disso, as células de defesa ficam menos eficazes quando o nível glicêmico está alto, o que faz com que o sistema imunológico seja menos eficiente e aumente as chances de ataques de vírus, bactérias e outros microrganismos. A hiperglicemia também provoca um crescimento na produção de substâncias que são derivadas do oxigênio, o que aumenta a apoptose celular. Diante desse quadro, o processo de cura se torna prolongado.
Para evitar infecções e outros problemas relacionados ao processo de cicatrização, o mais indicado é tomar os cuidados mais essenciais: controlar a glicemia para melhorar o fluxo sanguíneo, praticar atividades físicas e baixar os níveis de colesterol epressão alta.
Obesidade
Apesar de pessoas magras também terem diabetes tipo 2, a doença é mais comum em pessoas que estão acima do peso. Entre os problemas em decorrência da obesidade estão a hipertensão, trombose, enfermidades autoimunes e outras doenças.
O excesso de peso e a ingestão de alimentos com alto teor de açúcar e gordura influenciam na resistência do organismo à ação da insulina. Nesse contexto, a alteração metabólica pode levar a morte das células no pâncreas e a diminuição na produção de insulina. Ou seja, isso acarreta aumento de glicose, levando a diabetes tipo 2.
As duas doenças sempre estão muito relacionadas, uma vez que as questões alimentares estão muito ligadas a índices mais altos de diabetes e pressão alta. Além de fatores como predisposição genética, a diabetes atinge pessoas obesas por terem um estilo de vida desfavorável, que mesclam falta deexercícios ealimentação inadequada.
Dessa maneira, desenvolver hábitos mais saudáveis contribuem para controlar a doença e retardar os problemas decorrentes dela. Por isso, o controle da diabetes tipo 2 e do sobrepeso devem ser constantes para ter uma vida mais saudável.
Depressão
Associada principalmente a problemas de saúde físicos, muitos pacientes não têm conhecimento que a doença também pode ter relação com o aparecimento de sintomas depressivos. Quando a a dia diabetes não é bem controlado, isso pode afetar o estado emocional e contribui para gerar quadros depressivos.
A depressão pode impactar negativamente o nível glicêmico no organismo. No entanto, quando a diabetes não está controlado, isso também influencia e pode intensificar os sintomas depressivos. Portanto, um pode interferir no outro.
A hiperglicemia e complicações em decorrência da diabetes também estão associadas à depressão. Seja pelo fato dos pacientes acreditarem que perderam o controle da doença, que estão por vir outras comorbidades ou até pela falta de conhecimento sobre a doença, os sintomas depressivos podem acompanhar pessoas com glicemia instável.
Nesse contexto, buscar ajuda de uma equipe multidisciplinar é fundamental para que o diabético perceba seu quadro clínico e suas emoções com mais clareza.
Câncer
Por a diabetes ser uma doença que pode gerar diversas comorbidades, é importante ressaltar que um grupo de pacientes portadores do tipo 2 podem ser mais propensos a desenvolver alguns tipos de câncer. A incidência aumenta para casos de:
- câncer de pâncreas;
- câncer de cólon e reto;
- câncer de bexiga;
- câncer de mama;
- câncer de endométrio;
- câncer hepatobiliar.
No entanto, ainda existem algumas divergências se esses tipos de câncer podem ser desenvolvidos a partir da diabetes ou estão apenas relacionados a outros fatores de risco, comoobesidade, alimentação desequilibrada, falta de atividade física e outros.
Também se discute se o risco maior de câncer está ligado à hiperglicemia em si ou se pode ser em decorrência da resistência à insulina (hiperinsulinemia). Contudo, é preciso considerar as particularidades do quadro quando um portador de diabetes é diagnosticado com algum tipo de câncer.
Nesse sentido, desde as drogas usadas na quimioterapia, restrições alimentares e outros aspectos do tratamento oncológico devem ser feitos pensando nas necessidades do paciente. Medicamentos como a metformina podem ter efeitos muito positivos para as doenças, tanto para diabetes quanto para o tratamento do câncer — enquanto isso, os glicocorticóides aumentam a glicose no sangue, o que pede um acompanhamento mais próximo.
Apneia do sono
Pacientes diabéticos também têm maiores chances de sofrer com Apneia Obstrutiva do Sono (AOS). Isso ocorre porque o metabolismo da glicose é alterado, aumentando a resistência à insulina. Dessa maneira, a respiração é interrompida durante o sono e isso pode gerar diversas consequências, como propensão a pressão alta, arritmias e outras doenças.
A Apneia Obstrutiva do Sono afeta diretamente o metabolismo da glicose no organismo. Portanto, ao tratar da AOS, os ganhos no tratamento da diabetes também serão notados. Outro ponto que também merece destaque é que os problemas do sono também apresentam risco para doenças cardiovasculares. Ou seja, o distúrbio respiratório pode agravar o quadro geral do paciente.
Conviver com diabetes tipo 2 exige cuidados como qualquer outra doença.Realizar atividades físicas regularmente e cuidar da alimentação são algumas das regras básicas para manter o nível glicêmico controlado, bem como seguir o tratamento recomendado pelo médico. Dessa forma, é possível ter mais qualidade de vida.
Se você ainda tem dúvidas sobre o tema, aproveite e baixe nossoGuia sobre como viver com diabetes!