Realizar um check-up anualmente é fundamental para todas as pessoas em qualquer idade. Entre os exames solicitados é comum que o médico peça o de curva glicêmica para saber se o paciente tem ou não diabetes.
Se você não sabe da importância desse exame, esse texto é para você. Você vai entender mais do que se trata, como é feito e, ainda, quais as complicações associadas à diabetes. Então continue a leitura do mais completo guia sobre curva glicêmica que preparamos para você!
O que é o exame de curva glicêmica?
O exame de curva glicêmica é uma análise requerida pelo endocrinologista, tendo em vista facilitar o reconhecimento, principalmente, de casos de resistência à insulina, diabetes tipo 2 e diabetes gestacional. Essas doenças estão, de maneira direta, ligadas às células do pâncreas.
A avaliação é feita a partir dos níveis de glicose concentrada na corrente sanguínea. O paciente deve estar em jejum e, depois de uma coleta de sangue, ingerir um xarope de glicose dado no próprio laboratório.
Em vista disso, o médico é capaz de fazer uma avaliação do organismo quando esse está submetido a uma alta quantidade de glicose no sangue.
Em que casos esse exame costuma ser solicitado?
Como dissemos acima, curva glicêmica é um exame de sangue feito para diagnosticar o diabetes. Além disso, ele auxilia no estabelecimento dos padrões metabólicos da glicose, assim como o descontrole do peso e a excessiva vontade de comer.
Por exemplo, se ao consumir uma bala, uma fatia de pão ou qualquer outro alimento composto de carboidrato simples, o açúcar presente nesses produtos segue rapidamente para a corrente sanguínea, elevando a taxa de glicose no organismo. Após isso, a curva tende a descer e, então, há maior necessidade de voltar a comer.
O exame de curva glicêmica deve ser realizado nos casos em que há suspeita de diabetes, parentes próximos que tenham a doença ou ainda por volta do quinto mês de gravidez, a fim de indicar se a mãe desenvolveu ou não a diabetes no período de gestação.
Como é feito e qual é a importância de ser solicitado?
Primeiramente, vamos falar da importância de fazer o exame de curva glicêmica. Este é um exame de sangue seguido de um teste oral, cuja avaliação serve para medir a tolerância à glicose do paciente.
A análise observa a capacidade do organismo de processar a glicose, além de apresentar uma avaliação da quantidade dessa substância na corrente sanguínea depois de se ingerir uma carga maior.
Como é feito o exame de curva glicêmica?
O exame de curva glicêmica é realizado com a finalidade de averiguar como o corpo reage com taxas elevadas de glicose. Sendo assim, a primeira coleta de sangue deve ser feita sem que o indivíduo tenha comido nada há pelo menos 8 horas.
Após essa coleta inicial, o paciente precisa beber uma substância doce que contém em torno de 75 gramas de glicose no caso dos adultos, ou 1,75 gramas da substância por cada quilo da criança.
Depois de ser consumido o líquido, são realizadas outras coletas de acordo com a recomendação do médico. É normal que sejam feitas 3 coletas de sangue até 120 minutos após a ingestão da bebida.
O sangue recolhido deve ser despachadas para o laboratório, na qual são realizadas análises para averiguar a quantidade de glicose na corrente sanguínea.
O resultado pode ser apresentado por meio de gráfico, que vai indicar a quantidade de açúcar no sangue em determinadas contagens de tempo. Isso permite que se tenha uma análise mais direta da condição do paciente. Também existe a possibilidade de se obter resultados individuais, sendo que o médico deve fazer o gráfico, a fim de observar o estado de saúde do paciente.
Como é feito o teste oral de tolerância à glicose na gestação?
O exame de curva glicêmica é algo imprescindível para as mulheres grávidas, tendo em vista que permite que seja averiguado o risco de existência de diabetes gestacional. A avaliação é realizada de modo semelhante aos outros casos.
Ou seja, a gestante necessita estar em jejum de pelo menos 8 horas sendo que, após a primeira coleta, deve ingerir o xarope de glicose para que, na sequência, sejam coletadas as dosagens de sangue de acordo com a recomendação do médico.
As coletas são feitas com a mulher deitada de maneira confortável para evitar tontura e mal-estar. Os valores de referência do exame de curva glicêmica nas gestantes deve ser repetido caso seja observada qualquer alteração.
Esse exame é muito importante para gestantes e é indicado entre a 24° e 28° semana de gestação. Os níveis elevados de açúcar no sangue na gravidez são considerados perigosos para a mulher, assim como para o bebê, o que pode ocasionar casos de parto prematuro ou ainda hipoglicemia neonatal.
Quais os principais pontos a serem avaliados no exame?
Os valores obtidos no teste de glicemia e de curva glicêmica são muito relevantes para saber se a pessoa tem ou não a diabetes, assim como para determinar qual é o tipo da doença.
Caso a taxa de glicose no exame de glicemia esteja entre 60 e 100 mg/dL, os valores são dados como normais. Do mesmo modo, os valores inferiores que indicam 200 mg/Dl nos primeiros 60 minutos e menores do que 144 mg/Dl nas duas horas subsequentes também são considerados normais.
Valores anormais de tolerância à glicose
Já se a taxa de glicose na corrente sanguínea do exame em jejum apresentar um resultado entre 100 e 125 mg/dL, indica um sinal de pré-diabetes. O diagnóstico é confirmado por meio de uma concentração de glicose no sangue entre 140 e 199 mg/dL nas duas horas após à ingestão do xarope de glicose.
Valores que indicam diabetes tipo 2
O indicativo de glicose que seja superior a 125 mg/dL no exame de glicemia já se torna suficiente para desaconselhar o exame de curva glicêmica. No caso de ser realizado, a vida do paciente é colocada em risco, uma vez que se cria uma condição de ela ter um choque hiperglicêmico!
Por outro lado, o resultado superior a 200 mg/dL duas horas depois da ingestão de glicose indica que o indivíduo é portador de diabetes tipo 2, sendo esse um dos exames mais solicitados.
De qualquer maneira, independentemente de cada caso, se o resultado do exame estiver fora dos padrões considerados normais, o paciente terá que alterar seus hábitos no dia a dia. Nesse caso, caberá aomédico orientar como ministrar os medicamentos (se for o caso do uso deles), assim como indicar a consulta a um nutricionista para que ele elabore uma dieta adequada e, ainda, quais atividades físicas devem ser praticadas pelo paciente.
Como interpretá-lo antes e após a ingestão de glicose?
Os valores considerados acima do normal podem indicar resistência à insulina. Isso quer dizer que o hormônio não consegue levar o açúcar para o interior da célula e, por isso, o pâncreas tenta contrabalançar o problema ao secretar mais insulina no organismo.
Algumas condições estão associadas à resistência insulínica. Elas podem ser:
- Diabetes tipo 2, salvo na fase avançada da doença que ocorre quando o órgão pancreático não é capaz de secretar mais insulina;
- obesidade;
- Acromegalia, doença crônica causada por uma anomalia da glândula pituitária que é caracteriza pelo crescimento excepcional das extremidades das mãos, pés e até rosto.
- Síndrome de Cushing, doença provocada pela alta concentração no corpo de hormônio cortisol;
- utilização de medicações asteroides, tais quais os corticoides;
- mutações genéticas do receptor de insulina.
Em certas condições, o excesso de insulina também pode ser ocasionado por um tumor secretor do hormônio conhecido como Insulinoma. Além disso, doenças de coração e de fígado avançadas que desaceleram a excreção também podem provocar o aumento das taxas no sangue.
Já os níveis reduzidos de insulina podem sinalizar condições nas quais existe uma baixa da produção desse hormônio. Entre elas estão:
- pancreatite crônica;
- diabetes Mellitus Tipo 1;
- destruição autoimune das ilhotas pancreáticas;
- pacientes que foram submetidos a pancreatectomia.
Quais são as complicações associadas à diabetes?
Antes de responder essa questão, é importante lembrar que a administração correta dos níveis de glicose reduz o risco de desenvolver complicações da diabetes. Apesar de ser uma doença que ainda não tem cura, quem sofre do problema pode levar uma vida normal.
Contudo, se não houver acompanhamento médico, o hábito de medir a glicose, entre outras ações, as elevadas taxas de açúcar na corrente sanguínea podem acarretar complicações severas. Saiba quais são algumas elas.
Retinopatia diabética
Retinopatia diabética é o termo usado para todos os problemas de retina ocasionados pela doença. Há dois tipos mais comuns – o não-proliferativo e o proliferativo.
O tipo não-proliferativo acontece quando os capilares que estão na parte de trás do olho incham e formam bolsas, deixando os vasos sanguíneos bloqueados. Em certos casos, as paredes dos capilares perdem o controle sobre a passagem de substâncias entre o sangue e a retina e, consequentemente, o fluido começa a vazar dentro da mácula.
Essa condição é chamada de edema macular, na qual a visão embaça e pode haver perda dela.
Com o passar do tempo, a retinopatia tende a progredir para um estágio mais grave, chamado de proliferativo — os vasos sanguíneos ficam totalmente bloqueados e não levam mais oxigênio para a retina. Logo, parte dela pode até morrer, sendo que novos vasos começam a crescer, a fim de resolver o problema.
Esses novos capilares são mais frágeis e podem vazar, provocando hemorragia vítrea. Os vasos novatos podem causar também um tipo de de cicatriz, que distorce a retina e provoca seu descolamento.
Doença renal
Os rins funcionam como uma espécie de filtro, compostos por inúmeros pequenos vasos de sangue que limpam os resíduos do plasma. A diabetes não controlada pode causar estragos nos rins, ao afetar sua capacidade de filtragem. Mas por que isso acontece?
O processo de digestão dos alimentos gera resíduos — substâncias que o organismo não vai usar que apresentam moléculas diminutas, as quais atravessam os capilares e vão se acumular na urina. As substâncias úteis como, por exemplo, as proteínas, têm moléculas maiores e continuam circulando na corrente sanguínea.
O problema ocorre quando os altos níveis de glicose fazem com que os rins filtrem muito sangue, o que sobrecarrega os órgãos e faz com que as enzimas de proteínas se percam no momento em que a pessoa vai urinar.
Então, se o problema nos rins é identificado já no estágio inicial , alguns tratamentos podem evitar seu agravamento. Porém, se ela é detectada tardiamente, já na fase da macroalbuminúria, a complicação fica conhecida como doença renal terminal. Ao longo do tempo, o estresse da sobrecarga faz com que os rins percam a capacidade de filtragem.
Os resíduos começam a concentrar-se no sangue até que os rins parem de funcionar, havendo necessidade de transplante do órgão ou hemodiálise feitas regularmente.
Doenças coronárias
Se a diabetes não está muito bem controlado, há um maior risco de se ter um infarto do miocárdio, hipertensão arterial ou mesmo um Acidente vascular Cerebral (AVC).
Além destas complicações pode surgir a Doença Vascular Periférica, condição na qualas artérias presentes nas pernas e nos pés sofrem obstrução, o que acarreta o estreitamento e endurecimento das artérias.
Doença Periodontal
Também pode haver o caso de Doença Periodontal—inflamação da gengiva que, se não for tratada, pode levar à perda dentária.
Assim, a realização de exames periódicos, tal qual a avaliação da curva glicêmica, seguido de tratamento adequado e controlado são atitudes consideradas essenciais para que não seja necessário passar por complicações da doença ao longo do tempo. Portanto, é importante entender tudo sobre diabetes e, claro, manter hábitos saudáveis, como a prática regular de exercícios, alimentação balanceada e consultas médicas em dia.
Quer saber mais sobre como ter bem-estar e saúde na sua vida? Entre em contato com a gente e saiba como podemos te ajudar. Manter a diabetes e outras condições controladas é fundamental para viver com mais qualidade de vida no dia a dia!