Nas últimas semanas o Brasil registrou um aumento acelerado de casos do Coronavírus – COVID 19, o que nos coloca em alerta e requer cuidados e esforços especiais, tanto em âmbito pessoal como coletivo. Apesar da baixa taxa de letalidade do vírus, alguns grupos estão mais vulneráveis a complicações, entre eles as pessoas com diabetes.
Essa notícia gerou bastantes dúvidas e até mesmo um sentimento de ansiedade em diabéticos e familiares, o que é compreensível. Afinal, essa pandemia é um fato recente e inesperado. Mas é preciso enfrentá-la com calma, com os devidos cuidados e as informações corretas.
Para que você entenda porquê as pessoas com diabetes são consideradas parte de um grupo de risco, selecionamos as principais informações sobre o tema. Veja a seguir.
O que a OMS diz sobre a relação entre Diabetes e Coronavírus
A OMS (Organização Mundial de Saúde) após diversos estudos e pesquisas, testes e análise da estrutura do Coronavirus e de sua manifestação em organismos com diversas características, classificou os idosos, portadores de doenças respiratórias e de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, como os mais vulneráveis à ação do COVID 19. Ou seja, compõem o chamado grupo de risco.
De acordo com a OMS e os demais institutos de pesquisa e saúde, o Coronavirus causa infecções respiratórias e seus sintomas se assemelham a de uma gripe forte. Vale ressaltar que ele é de um família virótica, descoberta há algumas décadas, com vários tipos de vírus, cujas manifestações podem ser mais intensas ou mais brandas.
O agente da atual pandemia é o COVID 19, que possui uma altíssima capacidade de disseminação e contaminação. Visto isso, vamos à relação entre ele e a diabetes.
Quais fatores acentuam a vulnerabilidade do diabético ao COVID 19
Vimos que o COVID 19 desencadeia uma infecção respiratória no organismo e, como sabemos, infecções e diabetes não combinam. O excesso de açúcar no sangue gera características que fazem o diabético sofrer o ataque de infecções como o Coronavírus com mais intensidade. Isso é causado principalmente pelos seguintes fatores:
Resposta imunológica
A alta concentração de açúcar no sangue retarda a ação do sistema imunológico, fazendo com que o vírus aja com mais força e cause infecções mais graves. Somado a isso, tem-se ainda o fato de que em função de uma resposta imunológica lenta, os sintomas do Coronavírus podem ser silenciosos e o diagnóstico só ser possível quando a infecção já está avançada.
Velocidade da infecção
Os processos inflamatórios são mais rápidos no organismo de um diabético, sobretudo quando as taxas de glicemia estão muito altas. É um fluxo, em que o aumento do açúcar diminui a imunidade, consequentemente o combate a doenças, e isso deixa o corpo apto ao avanço das infecções e inflamações, que por sua vez demoram mais para serem tratadas e curadas.
Os principais riscos do Coronavirus para pessoas com Diabetes
Além de sobrecarregar o sistema imunológico da pessoa com diabetes e aumentar as inflamações, o Coronavírus pode realmente comprometer a vida do diabético. Isso porque, como vimos acima, a resposta imunológica é lenta. Dessa forma, os sintomas agem silenciosamente e quando é possível identificar o quadro, as complicações já estão avançadas.
Entre elas a mais perigosa e preocupante é a insuficiência respiratória, um dos sintomas da COVID 19 e que pode levar à insuficiência respiratória aguda e em casos extremos, ao falecimento do paciente. Quando a pessoa diabética consegue responder melhor a esse quadro, ainda assim podem ser ficar com sequelas — insuficiência respiratória crônica.
Recomendações para diabéticos durante a pandemia do Coronavirus.
Afora os cuidados recomendados pelos profissionais da área da saúde e órgãos oficiais – como OMS, Ministério da Saúde e secretarias estaduais e municipais, além de associações como a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e institutos de pesquisa respaldados – os diabéticos precisam estar atentos a outros cuidados específicos. Isso vale para diabetes tipo 1 e diabetes 2. Confira a seguir.
Recomendações gerais
- Lavar com frequência as mãos com água e sabão;
- Quando não puder lavar as mãos, use álcool em gel 70% e assim que possível lave as mãos com água e sabão;
- Evitar ao máximo tocar olhos, nariz e boca sem higienizar corretamente as mãos;
- Evitar aglomerações e contato físico com outras pessoas;
- Permanecer em casa, saindo apenas para o estritamente necessário. Faça suas compras online e conte com a ajuda de pessoas que não estão no grupo de risco e podem realizar atividades na rua por você;
- Higienizar as superfícies de maior contato com mais frequência (use limpadores tradicionais e solução de água sanitária);
- Use máscara apenas se precisar ir a hospitais, se estiver gripado e precisar ter contato social ou se estiver próximo a pessoas gripadas ou contaminadas com o Coronavírus. Caso contrário, não é necessário o uso da máscara.
Recomendações específicas para pessoas com diabetes
- Manter o controle da glicemia, evitando picos, hipos e aumento da média;
- Reforçar a atenção ao uso da medicação, respeitando horários e orientações médicas;
- Manter as medições da glicemia nos devidos horários e quando sentir necessidade;
- Na medida do possível realizar atividades físicas em casa;
- Ficar ainda mais atento à alimentação, evitando consumo de bebidas alcoólicas, açúcar, gorduras ruins e excesso de carboidratos;
- Inserir no cardápio ou aumentar as porções de alimentos que fortaleçam a imunidade e a hidratação, como sucos naturais, folhas e legumes;
- Ao sinal de falta de ar e insuficiência respiratória, procurar ajuda médica, uma vez que esse é um dos sinais mais fortes em pessoas diabéticas;
- Tomar as vacinas para conter outras doenças.
E atenção: somente o médico com quem você já realiza seu tratamento pode indicar a mudança da medicação. Jamais suspenda ou troque de remédio por conta própria. Além de lhe expor mais ao vírus, pode gerar complicações sérias.
Embora estejamos todos apreensivos e alertas, é imprescindível estar atentos aos pontos citados acima, cuidar do estado geral da saúde, inclusive mental, e seguir as recomendações dos órgãos oficiais de saúde quanto ao Coronavirus, mantendo o otimismo e o senso de coletividade.
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