Escrito por Fred Prado do @vidadediabetico
Sou um apaixonado por exercícios físicos e sempre ressalto a importância deles em minha vida e no controle da glicemia. É, inclusive, um dos quatro pilares que considero fundamentais para um tratamento efetivo e qualidade de vida. Apesar de essa ser a minha opinião, é importante dizer que o efeito do exercício no controle metabólico em DM1 permanece controverso, tendo autores encontrado efeitos benéficos na hemoglobina glicada e outros não, bem como qual o tipo de exercício mais indicado, se resistido (ex: musculação) ou aeróbico (ex: corrida).
Vamos nos aprofundar. No início do exercício, a energia provém da glicose estocada na forma de glicogênio no músculo e no fígado. Quando o exercício se prolonga, os estoques de glicogênio se esgotam e a gordura pode passar a ser a principal fonte de energia. Durante o exercício, a quantidade de insulina deve ser suficiente para permitir a entrada de glicose dentro da célula muscular, mas deve ser reduzida para liberar os estoques de glicogênio do fígado. Minha recomendação PESSOAL é de realizar o exercício com a glicemia entre 130 mg/dL e 170 mg/dL.
A produção de glucagon e adrenalina devem aumentar, pois esses dois hormônios permitem a liberação dos estoques de glicogênio. Assim, o aumento do consumo muscular de glicose é compensado pelo aumento equivalente da produção de glicose pelo fígado, desde o início do exercício, e a glicemia permanece estável. Este processo é desregulado em nós que temos diabetes.
Durante a atividade física, os estoques de glicogênio são bloqueados pela presença da insulina e os músculos consomem glicose, por isso é eminente o risco de hipoglicemia. Isso ocorre se a dose da insulina ou o consumo de carboidrato não for alterado, de forma que a ingestão adicional de carboidrato, se a glicemia estiver menor que 100 mg/dL antes do exercício é fundamental.
A monitorização antes e após o exercício é fundamental para identificar quando será necessária a mudança na dose de insulina ou a ingestão de alimentos, bem como para identificar a resposta glicêmica a diferentes condições de exercícios. A resposta glicêmica ao exercício é afetada por diversos fatores, como a intensidade, a duração, o horário do exercício, as condições ambientais, o estresse e a absorção da insulina e de suplementos dietéticos. Para observar estas diferentes respostas é indispensável a monitorização glicêmica.
(Texto baseado no trabalho de Dra. Ana Claudia Ramalho e Dra. Sabrina Soares)