Certa feita em uma aula de MBA a professora perguntou para a sala: “para que servem os freios?”. Depois de algumas respostas ela completou: “servem para que a gente possa acelerar mais”. E aquilo para mim fez tanto sentido que nunca esqueci. É exatamente pela consciência de ter a opção de frear quando quisermos que temos a coragem de acelerar mais.
Lembrei-me dessa mensagem outro dia quando um amigo diabético me falou que ele come o quer, “é só colocar insulina”. Comentei com ele que não era bem assim, que era muito importante que ele tivesse equilíbrio, que poder comer algo não significa que se deve comer algo, enfim, até que me lembrei desta mensagem. E falei com ele que, comparativamente, o que comemos é o combustível que faz o carro (glicose) andar mais rápido e a insulina é o freio. Porém, todo carro tem sua velocidade máxima e sabemos que se exigirmos muito dele, quebrará em algum momento. Falei também que o melhor piloto não é aquele que mais sabe acelerar, mais sim aquele que mais sabe equilibrar acelerar e frear.
Essa historinha o fez entender que a sabedoria está no equilíbrio do caminho do meio, e não nos extremos. Não basta só andar em alta velocidade, porque uma hora você bate ou pifa o motor. Também não adianta não acelerar se tem pista para isso ou só ficar parado, por puro medo. O diabético tem que ser um ótimo piloto. Ter consciência de que está na direção certa, na velocidade certa e que o caminho não é uma reta, mas que, sabendo equilibrar o acelerar com o frear, chegará bem aonde quiser.